Queridos amigos,
CRISTO RESSUSCITOU, ALELUIA! Escrevo-vos na manhã de 2ª feira de Páscoa, dentro da oitava de Páscoa, recebendo a tocante notícia da morte, aliás da Páscoa, do Papa Francisco, depois de uma intensa Semana Santa e do Sagrado Tríduo Pascal. À luz da Esperança, tema deste Ano Jubilar 2025, procurámos nestes dias acompanhar os passos de Jesus, identificando sinais de esperança em cada celebração e reconhecendo na Sua ressurreição o fundamento maior da Esperança cristã. Não é uma ilusão nem uma ingenuidade dos cristãos: Jesus está vivo! Assim «a Esperança não engana porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (cf. Rom 5,5). Esta era e é a Esperança do Papa Francisco e por isso tanto nos comovemos de alegria e serenidade com o seu «regresso à Casa do Pai»!
Na 5ª Feira Santa, dia da Instituição da Eucaristia e Lava-Pés, reconhecemos essencialmente três sinais de esperança. No humilde gesto de caridade de Jesus Se abaixar para lavar os pés aos discípulos e no mandato de O imitar - «assim como Eu fiz, fazei-o vós também» – compreendemos como hoje permanecem tantos gestos de caridade que são sempre sinais de esperança: os pais que lavam os pés aos filhos, ou os filhos ou netos que lavam os pés aos pais ou avós idosos, ou entre irmãos, ou entre profissionais de saúde e doentes e feridos… cada gesto de caridade, seja em que circunstância for, revela um sinal de esperança da humanidade. O segundo sinal de Esperança é a instituição do Sacramento da Eucaristia: de uma forma inesperada, Jesus pegou no pão e apresentou-o dizendo «Isto é o Meu Corpo. Tomai e Comei» e depois pegou no cálice com vinho e disse «Este é o Cálice do Meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança que será derramado por vós e por todos, para remissão dos pecados. Fazei isto em memória de Mim». Em cada Missa acontece o cumprimento incruento daquela entrega total de Jesus na Cruz, que na Última Ceia Ele antecipou com estas palavras. O terceiro sinal de esperança é dado pela instituição da Igreja e do Sacerdócio, como povo de Deus conduzido pelos pastores que Deus escolhe e envia, para apontar o caminho e a meta grande da nossa vida: a eternidade em Deus.
Na 6ª Feira Santa, dia da Paixão do Senhor, reconhecemos outros três sinais de esperança: por um lado, a afirmação clara da missão de Jesus no diálogo com Pilatos: «vim para dar testemunho da Verdade». Noutra ocasião, Jesus apresentar-se-á precisamente dizendo «Eu sou a Verdade» e nestas palavras constatamos a Sua firmeza inabalável e segura, âncora a que nos podemos agarrar, num mundo de fake news e de relativismo das verdades absolutas. A segunda razão da esperança vem do comovente perdão que Jesus concede ao “bom ladrão” que, arrependido, Lhe pede: «Jesus, lembra-Te de mim quando vieres com o Teu Reino». A resposta misericordiosa de Jesus - «hoje mesmo estarás comigo no Paraíso» – abre um futuro de santidade a Dimas e vem lembrar que cada um de nós, embora pecadores, tem o seu futuro em aberto, sendo sempre possível perdoar, ser perdoado e recomeçar. Por fim, o terceiro sinal de esperança é dado pela fidelidade de Jesus até ao fim: «não há maior prova de amor do que dar a vida pelos amigos».
Simultaneamente, ficamos cativados com a fidelidade dos amigos, desde Nossa Senhora até às santas mulheres, ou João, Nicodemos e José de Arimateia. Na fidelidade dos amigos, compreendemos que ainda há esperança!
O Sábado Santo é o dia da esperança no cumprimento das promessas de Jesus: «ao terceiro dia o Filho do Homem vai ressuscitar». Parecia impossível. Quase todos os apóstolos, embora assustados e confusos, esperaram. E na madrugada do Domingo começaram a ver os sinais da ressurreição: «Porque procurais entre os mortos Aquele que está vivo? Não está aqui.
Ressuscitou!» disseram os anjos a Maria Madalena junto ao sepulcro. E os próprios Apóstolos Pedro e João puderam ver o sepulcro vazio, o sudário dobrado, a pedra removida e então o próprio Jesus ressuscitado com as marcas da paixão nessa tarde apareceu-lhes pela primeira vez.
O testemunho dos apóstolos é tão convincente pela visível mudança de vida e pelo amor a Jesus e a todos que os movia. Além disso, também o testemunho de tantos fiéis nestes dois mil anos de história da Igreja e a nossa própria experiência pessoal de encontro com o Ressuscitado nos levam a esperar mais: a esperar a nossa futura ressurreição e a vida eterna, como Jesus nos promete. Todavia, a Páscoa de Jesus também O leva a esperar mais de cada um de nós! Jesus espera que doravante sejamos testemunhas da Sua ressurreição como os Apóstolos foram, disponíveis para partir a evangelizar como “pescadores de homens” por toda a Terra. Além disso, neste contexto de Ano Jubilar em que passam 1700 anos do Concílio de Niceia e em que cristãos católicos e ortodoxos celebram a Páscoa na mesma data, Jesus espera que nos tornemos construtores da unidade e da paz entre todos!
A Páscoa de 2025 fica marcada também pelo enorme testemunho de Esperança do próprio Papa Francisco, o peregrino da Esperança. Ao despedir-se dos fiéis na Praça de S. Pedro no Domingo de Páscoa, concedendo com esforço a bênção urbi et orbi, deu-nos um poderoso sinal da maior esperança que move o cristão: o desejo do encontro com Deus face a face, para viver em plena comunhão com Ele para a eternidade. O Papa Francisco deixa-nos um enorme legado e convida-nos a confiar na ação do Espírito Santo, que conduz a Igreja e que nos dará em breve um novo Papa!
Partiremos nestes dias com um grupo numeroso de 130 peregrinos (76 adolescentes mais
catequistas e familiares) até Roma. Iremos participar no Jubileu dos Adolescentes e no funeral do querido Papa Francisco. Espero no próximo mês contar-vos mais sobre esta aventura e sobre como o Papa Francisco tanto nos marcou!
Aleluia! Santa Páscoa! Viva o Papa!
Um abraço amigo do Padre Tiago